Coletivos feministas / femininos no Brasil
Coletivos são, de forma geral, a união de pessoas por algum motivo em comum. Podemos dividi-los em culturais ( ou artísticos), ativistas ou híbridos como fala Ricardo Rosa no forumpermanente (dentro do portal da fapesp) . Eles (os coletivos) nascem por ai sem precisar necessariamente de embasamento teórico ou "registro em cartório". Segundo Ricardo Rosa "[...] vários coletivos brasileiros contemporâneos surgem da ativa cena de intervenção urbana espalhada por todo o país. Herdeira em parte da arte da performance, do happening e da body art, e compartilhando um certo culto por ícones da arte brasileira dos anos 1960-70 [...], trocava informações e se organizava via Internet, por contato de e-mail, e em espaços e festivais como o Prêmio ‘Interferências Urbanas’, no Rio de Janeiro, e os encontros ‘Perdidos no Espaço’, em Porto Alegre. "
Existem vários "tipos" de coletivos feministas ou outros que não são necessariamente ligados a lutas clássicas do movimento feminista , mas que discutem questões ligadas ao gênero feminino.
Existem coletivos feministas que são grupos dentro de outros movimentos. O coletivo feminista ligado ao DCE ( diretório central dos estudantes) da Universidade Federal da Bahia e o coletivo mulheres da UFRGS nascem no meio político-acadêmico. Há também coletivos ligados a partidos políticos como o Coletivo Rosa Luxemburgo que foca suas ações em defesa das mulheres, mas voltando sua atenção primariamente às mulheres operárias e o coletivo Ana Montenegro ligado ao Partido Comunista que prega a ação feminista-socialista.
No cenário baiano podemos destacar o coletivo Maria Quitéria, que atua em Jequié, promovendo debates e palestras, demonstrando que as mulheres também buscam seu espaço fora das grandes capitais e coletivo Marias que trabalha em Salvador também promovendo debates e ações pra dar voz as causas feministas.
Podemos destacar o coletivo GAFeminista de Florianópolis, cidade com tradição nas lutas feministas . O coletivo é formado por homens e mulheres com vontade de discutir questões de gênero em geral.
O coletivo feminista sexualidade e saúde tem uma longa história de "crítica ao modelo médico clássico da gineco-obstetrícia" , ele busca uma humanização do parto e dos tratamentos à mulher em geral. Na luta desde 1985 o coletivo tem produção de cartilhas, teses, dissertações, artigos, material didático e até um livro, o "SAÚDE DAS MULHERES: EXPERIÊNCIA E PRÁTICA DO COLETIVO FEMINISTA SEXUALIDADE E SAÚDE". Com mais de 6.000 usuárias o coletivo continua "propondo uma ‘medicina suave’ – dos tratamentos naturais e menos agressivos – e de preocupação com o conhecimento do corpo como um dos elementos centrais para a saúde."
Os coletivos servem também para integrar mulheres de muitos lugares e vertentes ideológicas distintas, por exemplo, quando se relacionam por uma causa comum como foi ocaso de repúdio ao texto "Carta aberta a Luiza " de Henrique Goldman , o que acarretou no documento "POR UMA MÍDIA RESPONSÁVEL E NÃO-DISCRIMINATÓRIA CARTA ABERTA AO COLUNISTA HENRIQUE GOLDMAN E À REVISTA TRIP" assinado por 169 grupos ( como coletivos, partidos e associações), além de 649 cidadãos individualmente que exigem uma retratação pública de autor e empresa por banalizar o crime de estupro.
A ação conjunta dos coletivos pode ser também feita em manifestações como a do dia 8 de março do ano corrente em que as mulheres foram as ruas de SP lutar por "Bandeiras históricas como a socialização do trabalho doméstico, salário igual para trabalho igual, o combate à violência, a reivindicação de creches para todas as crianças e o direito ao aborto [...]" O evento uniu dezenas de grupos feministas.
A partir de tantos coletivos e ações fica evidente que existem pessoas mobilizadas pra lutar pelos seus direitos, mais precisamente o direito das mulheres. É preciso agir contra uma sociedade cheia de discriminações, inclusive sexista, então, leitoras e leitores é só se engajar na busca de justiça!
quarta-feira, 26 de maio de 2010
quarta-feira, 10 de março de 2010
Medicina em Jequié. Política em Jequié.
Ano de eleição. São propostas lindas, outdoors e estatísticas convincentes da situação pra mostrarem o porque devem continuar no poder. E nós? Nos acostumamos a pensar que agora é a hora de correr atrás das prefeituras, governos de estado e país pra buscarmos as ações, pois sabemos que agora eles querem “mostrar serviço” na busca da reeleição.
Agimos todos como se nossos representantes estivessem fazendo um favor em cada obra terminada, cada casa entregue ou professor contratado. Esse blá blá blá, essas verdades que basta ser cidadão comum pra saber me servem apenas de introdução pra eu contar um caso recente do descaso público.
A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia criou no segundo semestre de 2009 seu curso de Medicina, o problema é que o fez sem condições para isso. Agora no inicio do segundo semestre em três semanas de iniciado o ano letivo os alunos só tiveram uma única aula.Além dos problemas compartilhados por todos os estudantes,como a falta de salas, os de Medicina sofrem com a falta de professores, laboratórios, livros ou qualquer estrutura tornando-se dependentes da boa vontade de professores já sobrecarregados pelos outros cursos.
Segundo a própria reitoria da UESB, em 1995 se inicia a movimentação em busca das faculdades de Medicina e Odontologia, aprovadas em 2003 pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Uesb. Se considerarmos que estamos em 2010 a Universidade deveria ter a mínima estrutura pra esses e para os outros cursos, além de lugar para pesquisa e extensão. O mais estarrecedor é o fato de Medicina ter sido aberto mesmo com o curso de Odontologia ( aberto em 2004) estar até hoje funcionando com os problemas do início, mesmo após reivindicações constantes inclusive com vaias ao governador durante a aula inaugural dos alunos de Medicina ( vaias ignoradas por Jaques Wagner).
A comunidade considera uma vitória a possibilidade de melhoria nos atendimentos médico-odontológicos, porém esse sonho esta em risco já que uma das propostas dos estudantes é o fechamento do curso e o remanejamento dos estudantes entres as outras estaduais, caso os problemas da unidade de Jequié não sejam logo resolvidos.
Ano de eleição. Os estudantes estão na mídia local, já procuraram vereadores, deputados e prefeito em busca de apoio, foram para Vitória da Conquista fazer manifestação e virão até Salvador se necessário e é lógico que será. É a hora propícia pra fazer barulho e pra fazer algo mudar. Espero que os políticos pelo menos agora que estão contra a parede escutem a nossa voz e percebam que o interior também vota e nem sempre é pelo cabresto.
por Dani Rodrigues.
Agimos todos como se nossos representantes estivessem fazendo um favor em cada obra terminada, cada casa entregue ou professor contratado. Esse blá blá blá, essas verdades que basta ser cidadão comum pra saber me servem apenas de introdução pra eu contar um caso recente do descaso público.
A Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia criou no segundo semestre de 2009 seu curso de Medicina, o problema é que o fez sem condições para isso. Agora no inicio do segundo semestre em três semanas de iniciado o ano letivo os alunos só tiveram uma única aula.Além dos problemas compartilhados por todos os estudantes,como a falta de salas, os de Medicina sofrem com a falta de professores, laboratórios, livros ou qualquer estrutura tornando-se dependentes da boa vontade de professores já sobrecarregados pelos outros cursos.
Segundo a própria reitoria da UESB, em 1995 se inicia a movimentação em busca das faculdades de Medicina e Odontologia, aprovadas em 2003 pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Consepe) da Uesb. Se considerarmos que estamos em 2010 a Universidade deveria ter a mínima estrutura pra esses e para os outros cursos, além de lugar para pesquisa e extensão. O mais estarrecedor é o fato de Medicina ter sido aberto mesmo com o curso de Odontologia ( aberto em 2004) estar até hoje funcionando com os problemas do início, mesmo após reivindicações constantes inclusive com vaias ao governador durante a aula inaugural dos alunos de Medicina ( vaias ignoradas por Jaques Wagner).
A comunidade considera uma vitória a possibilidade de melhoria nos atendimentos médico-odontológicos, porém esse sonho esta em risco já que uma das propostas dos estudantes é o fechamento do curso e o remanejamento dos estudantes entres as outras estaduais, caso os problemas da unidade de Jequié não sejam logo resolvidos.
Ano de eleição. Os estudantes estão na mídia local, já procuraram vereadores, deputados e prefeito em busca de apoio, foram para Vitória da Conquista fazer manifestação e virão até Salvador se necessário e é lógico que será. É a hora propícia pra fazer barulho e pra fazer algo mudar. Espero que os políticos pelo menos agora que estão contra a parede escutem a nossa voz e percebam que o interior também vota e nem sempre é pelo cabresto.
por Dani Rodrigues.
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